CONGRESO VIRTUAL 2000

PRÉ-HISTÓRIA DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL

(2da parte)

 

O PANTANAL

OS POVOS DAS “TERRAS BAIXAS”

As áreas inundáveis, aqui chamadas didaticamente de terras baixas, compreendem a maior parte do Pantanal. São marcadas por uma variabilidade climática interanual, caracterizada por duas estações distintas: uma seca, de maio a setembro, e outra chuvosa, de outubro a abril. Possuem um relevo de baixíssima declividade ¾ de 0,7 a 5 cm/km no sentido norte-sul e entre 7 e 50 cm/km no sentido leste-oeste ¾ que, associado à distribuição de chuvas periódicas na bacia do alto Paraguai, explica o fenômeno das cheias anuais. Esta sazonalidade marcante, também chamada de pulso de inundação, é um dos principais fatores responsáveis pela biodiversidade da região: Por se tratar de uma zona de transição entre sistemas terrestres e aquáticos, o Pantanal pode ser classificado como um grande ecótono, que é uma região de alta produtividade e alta diversidade ecológica (Francischini 1996). A drenagem das terras baixas é feita por córregos, corixos, vazantes e baías, o que também explica as variações do nível e duração das cheias nas diversas sub-regiões da planície pantaneira, as quais geralmente ocorrem durante o primeiro semestre [17] .

Essas características ambientais, definidas em fins do Pleistoceno e início do Holoceno, em função de um processo de umidificação de âmbito continental, marcaram, mas não determinaram, o modo de vida das populações indígenas pré-coloniais que ocuparam a planície de inundação do Pantanal. Mais: as terras baixas são as áreas mais prospectadas da região; por outro lado, pouquíssimo se sabe sobre os planaltos residuais de Urucum e Amolar, as terras altas, porções menos estudadas em termos arqueológicos. Esta situação também pode ser explicada pelo fato de os aterros terem sido transformados em objetos de certo fetichismo na Arqueologia Pantaneira, conforme pontua Oliveira (1997a).

Ao que tudo indica, a pré-história do Pantanal teve início com o estabelecimento de grupos pescadores-caçadores-coletores aceramistas na região, os quais também estão associados a alguns aterros que ali ocorrem. Antes, porém, de dar prosseguimento a esta discussão, faz-se mister esclarecer que o termo aterro é aqui empregado para designar um tipo de sítio arqueológico de interior ¾ em oposição aos litorâneos ¾ , a céu aberto e que se apresenta na paisagem como uma elevação do terreno sob forma de estrutura monticular, total ou parcialmente antrópica, que amiúde ocorre em áreas inundáveis (cf. Oliveira 1996, 1997a, 1997b). Este conceito, ainda que aqui utilizado com cautela, pondera a idéia de que aterro é uma elevação totalmente artificial do terreno em zonas inundáveis, definição esta que tem sido utilizada na Arqueologia Brasileira desde os anos 60. Dizer que os aterros do Pantanal são totalmente artificiais, intencionais ou não, é negar a presença de fatores naturais em sua gênese e constituição, discussão esta ainda não totalmente equacionada, seja para as ocupações aceramistas, seja para as ceramistas. É muito provável que grande parte dos aterros seja o resultado de vários fatores naturais e antrópicos, os quais necessitam de pesquisas mais detalhadas no campo da Geologia e da Arqueologia. A maioria dos sítios, notadamente os cerâmicos, possui aspecto de capão-de-mato ou de cordilheira, o que não significa dizer que todos os capões-de-mato e cordilheiras do Pantanal sejam sítios arqueológicos ou vice-versa [18] .

A maioria das datas mais antigas para o período aceramista situa-se ao redor de 8.200 AP e corresponde ao sítio MS-CP-22, um grande aterro localizado sobre a escarpa calcária existente à margem direita do rio Paraguai, no perímetro urbano da cidade de Ladário, Mato Grosso do Sul (ver Tabela 3). Trata-se, aparentemente, de um sítio unicomponencial. As datas indicam uma ocupação por cerca de dois séculos e em momento anterior ao período holocênico denominado Optimum Climaticum ou Altithermal. Neste período mais antigo, a planície pantaneira já estava caracterizada por condições climato-hidrográficas tropicais e úmidas sob sazonalidade marcante, embora os principais contornos e ecossistemas aquáticos, subaquáticos e terrestres do Pantanal Mato-grossense teriam sido elaborados nos últimos cinco ou seis milênios (Ab’Saber 1988:28). Estes últimos 5.000 ou 6.000 anos correspondem grosso modo, ou ao menos em parte, ao período do Optimum Climaticum. Segundo Fiedel (1996), o começo e o final do Optimum Climaticum provavelmente variaram de acordo com a altitude, latitude e circulação atmosférica de cada região do continente; no caso do Pantanal, nota-se uma grande carência de publicações com dados geocronológicos, isotópicos e palinológicos que possibilitem melhor compreender este período.

As camadas arqueológicas correspondentes às ocupações acerâmicas anteriores ao Optimum Climaticum, representadas na estratigrafia do sítio MS-CP-22, são compostas por grande quantidade de ossos de peixes, conchas de moluscos aquáticos e, menos freqüentemente, ossos de aves, mamíferos e répteis. No sítio foram escavados 14 m2, nos quais encontraram-se artefatos líticos feitos predominantemente de calcário: blocos com pequenas depressões polidas, blocos com superfícies deprimidas, bolas, lâminas e seixos com faces e/ou gumes polidos, possíveis “mãos”, percutores, talhadores e pingentes (Schmitz et al. 1998). Deve-se levar em conta o fato de o sítio estar situado sobre uma grande escarpa calcária existente na linha divisória entre o planalto residual de Urucum e a planície de inundação do Pantanal. Isto também explica o uso de calcário como matéria-prima predominante na indústria lítica local, embora no local e proximidades também ocorram outros tipos de rochas e minerais. O próprio posicionamento do sítio indica a existência de um sistema de abastecimento que abrangia diferentes ambientes, os da planície de inundação e os do planalto residual de Urucum. De todo modo, muito ainda está por ser feito no que diz respeito ao conhecimento deste sistema tecnológico: cadeia operatória de elaboração de instrumentos, estratégias de obtenção de matérias-primas etc. [19]

Com base nas análises de restos faunísticos feitas por Rosa (1997, 1998) e nas idéias desenvolvidas por Oliveira (1996, 1997a), é possível supor que o sistema de subsistência dos grupos pescadores-caçadores-coletores estava estruturado na pesca, a principal atividade econômica voltada à obtenção de proteína animal. A caça de animais, como capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e jacaré (Caiman crocodilus yacare), e, em menor escala, a apanha de moluscos aquáticos, principalmente das espécies Pomacea canalicuta e Pomacea scalaris, também devem ser levadas em conta; estas atividades variaram, desde o período acerâmico até o cerâmico, em decorrência de tabus alimentares e da quantidade e variedade de recursos faunísticos disponíveis em determinadas áreas, dentre outros fatores. Em muitos aterros, a ocorrência de grande quantidade de conchas de moluscos aquáticos e ossos de peixes, associados a material arqueológico, faz com que os sítios sejam assemelhados a sambaquis. Isto não significa dizer que todas as conchas correspondam, necessariamente, a restos de alimentação humana; parte pode ter servido de material de construção ou foi ali acumulada naturalmente, questão esta que deve ser considerada em estudos zooarqueológicos (ver Schmidt 1914; Cunha et al. 1985; Oliveira 1996). Sendo pescadores-caçadores-coletores especializados e adaptados aos ecossistemas pantaneiros, provavelmente a pesca teria sido praticada por meio do uso de arco e flecha, armadilhas, envenenamento, peneiras ou redes, pois até o presente momento não foram identificados quaisquer tipos de anzóis, o que não implica em afirmar que esses grupos os desconheciam.

No Pantanal, é possível ainda a existência de ocupações mais antigas em relação às do sítio MS-CP-22. Somente a intensificação das pesquisas arqueológicas poderá lançar luz sobre esta questão. De todo modo, é fato que o clima holocênico favoreceu um considerável aumento da vida aquática na América Tropical. Esta situação climática, dentro de um contexto de múltiplos fatores ambientais e socioculturais, tem sido levada em conta para contextualizar a ocorrência de sambaquis litorâneos e fluviais no Brasil, a exemplo dos que ocorrem no litoral Sul e Sudeste do país e na Amazônia. O mesmo vale para aterros existentes em outras regiões platinas: cerritos no Rio Grande do Sul e Uruguai; conchales e montículos na Argentina e Paraguai (ver Caggiano 1984, 1994; Mazz 1994, 1998; Schmitz et al. 1991; Susnik 1959).

Sobre as datas mais recentes, entre 4.500 e 2.700 AP, sabemos tratar-se de evidências de prováveis grupos pescadores-caçadores-coletores tardios, embora ainda mereçam ser melhor averiguadas através de escavações amplas e meticulosas (ver Tabela 3) [20] . Interessante é que tanto as datas em torno de 8.200 AP (MS-CP-22) quanto as mais recentes, entre 4.500 e 2.700 AP, são válidas para sítios arqueológicos localizados em áreas protegidas das cheias periódicas (MS-CP-16 e MS-CP-32). Este pode ser um indício de que, sendo os primeiros a chegar à região, pescadores-caçadores-coletores inicialmente optaram por assentamentos centrais localizados em pontos mais protegidos das inundações anuais, próximos a áreas serranas. Ademais, a idéia simplista de que grupos aceramistas desconheciam ou não faziam uso de quaisquer tipos de cultivo, geralmente indicado pela produção de cerâmica, não invalida a hipótese da existência de complexas formas de manejo ambiental, incluindo a semidomesticação de plantas ou mesmo, em certas circunstâncias, de algum cultivo incipiente. A coleta de vegetais (frutos, raízes, sementes etc.) e mel de abelhas também é uma possibilidade que não pode ser descartada desde os primeiros momentos. Por outro lado, as datas publicadas sugerem que no decorrer de várias gerações, através da influência de fatores ecológicos e culturais (desenvolvimento de novas tecnologias, maior conhecimento dos ecossistemas regionais, mudanças ambientais, aumento demográfico, cisões grupais, conflitos interétnicos etc.), os grupos passaram a ocupar áreas mais vulneráveis às enchentes anuais, bem como a apresentar maior complexidade em termos de organização social e, provavelmente, uma maior diversificação no sistema de abastecimento. Esta pode ser uma das explicações para a ocorrência de centenas de aterros nas sub-regiões de Abobral e Miranda, os quais são marcados por ocupações ceramistas (ver Rogge e Schmitz 1992, 1994; Oliveira 1997a; Oliveira e Peixoto 1997; Schmitz et al. 1998).

Há ainda uma lacuna no que diz respeito às datas de C14 para o período acerâmico, pois entre 8.200 e 4.500 AP não foram obtidas quaisquer outras datações absolutas, o que não significa dizer que a região estivesse desocupada naquele espaço de tempo ou, não estando, que esses grupos aceramistas fossem os únicos pescadores-caçadores-coletores ali presentes. Esta situação também aponta para a necessidade da realização de um levantamento intensivo de diferentes tipos de sítios arqueológicos existentes em determinadas áreas do Pantanal. Sem dúvida alguma, o crescimento urbano de Corumbá e Ladário destruiu e vem destruindo vários sítios deste período mais antigo; a mesma avaliação é válida para as vizinhas cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suarez. Em parte este hiato corresponde ao período do Optimum Climaticum que, por sua vez, pode ter desencadeado um significativo aumento da vida aquática na região, fato este que pode ter implementado ainda mais o sistema de subsistência através de uma maior oferta de peixes.

De momento, cabe explicar que os dados publicados, por serem escassos, ainda não possibilitam maiores inferências sobre o sistema social dos grupos pescadores-caçadores-coletores aceramistas. Deduz-se, entretanto, que poderiam estar organizados em pequenas famílias, as quais, ao longo de várias gerações, teriam formado aterros com centenas de metros de extensão e mais de 1 m de espessura. No caso do sítio MS-CP-22, delimitar sua extensão é tarefa difícil diante da expansão da cidade de Ladário; um estabelecimento de ensino fundamental, ruas asfaltadas e casas foram construídos sobre o sítio.

No que diz respeito aos grupos ceramistas que ocuparam as áreas inundáveis da região, as pesquisas realizadas sugerem a possibilidade de continuidade, ao menos para os sítios unicomponenciais levantados na área abrangida pelo Projeto Corumbá, desde os grupos pescadores-caçadores-coletores aceramistas, sobretudo os mais tardios, até os grupos portadores da Tradição Pantanal. A data radiocarbônica mais antiga obtida para a Tradição Pantanal é de 2.160 ± 50 AP, válida para o sítio MS-CP-20, localizado em Corumbá, o que indica uma considerável antigüidade para grupos ceramistas na região (ver Tabela 4).

Do ponto de vista tecnológico, a Tradição Pantanal está caracterizada por vasilhas pequenas ¾ com uma altura que raramente ultrapassa 30 cm ¾ e formato de meia esfera, meia calota e, menos freqüentemente, esférica e esférica com pescoço (jarros e moringas). Trata-se de um vasilhame de uso doméstico, utilitário, destinado a preparar, servir e armazenar alimentos sólidos e líquidos; sua manufatura é acordelada e o antiplástico constituído predominantemente por caco moído, muitas vezes associado a areia e a algum mineral e, menos freqüentemente, com a presença de concha triturada (cf. Rogge e Schmitz 1992, 1994; Oliveira 1996; Schmitz et al. 1998). Foram encontrados ainda cachimbos tubulares, rodelas de fuso e outros artefatos cerâmicos; os dois primeiros indicam, respectivamente, o uso de fumo e algodão e sugerem o domínio de técnicas de cultivo. Uma das principais características desta tradição, em relação a outras que ocorrem na América do Sul, é a considerável variação existente nos tipos de decoração plástica, em especial na dos corrugados, ainda que a maior parte dos cacos apresente uma decoração alisada. Estudos recentemente realizados sobre o sítio MS-CP-142, também localizado em Corumbá, indicam uma quantidade significativa de fragmentos com engobo vermelho; este era um dado até então pouco conhecido, pois geralmente os cacos coletados estão cobertos por uma fina película de carbonato de cálcio oriunda da decomposição de conchas de moluscos e ossos de peixes (Oliveira 1998).

Muitos sítios interpretados como aterros, em especial os existentes nas sub-regiões de Abobral e Miranda, estão sobre uma lente calcária provavelmente de origem natural, indício da existência de possíveis paleolagoas com águas bicarbonatadas nestes pontos. A fonte de carbonato de cálcio teriam sido os calcários do planalto de Bodoquena, drenados pelos afluentes do rio Miranda (cf. Boggiani e Coimbra 1995; Boggiani et al. 1998). Há ainda sítios superficiais e unicomponenciais a céu aberto, a exemplo dos encontrados em margens lacustres, como é o caso das lagoas Jacadigo e Negra (MS-CP-27, MS-CP-28 e MS-CP-57), esta última situada em Ladário [21] . Todavia, considerando a possibilidade de serem agricultores desde uns 2.200 anos atrás, seu sistema de subsistência também estaria estruturado na pesca, na caça e na coleta. De um modo geral, os sítios vinculados à Tradição Pantanal situam-se em áreas com uma altitude inferior a 100 m em relação ao nível do mar.

Dados etnográficos contidos em Oliveira (1996) têm sustentado a hipótese de que os aterros teriam sido ocupados por diferentes grupos étnicos que, a exemplo dos antigos Guató, possuíam grande mobilidade espacial e os ocupavam preferencialmente durante as cheias. Muitos aterros e outros assentamentos próximos a serranias e morros isolados poderiam servir, principalmente durante as grandes enchentes, de importantes estabelecimentos para a prática do cultivo de abóboras, milhos, mandioca (Manihot esculenta) etc.; margens de rios, por sua vez, poderiam igualmente servir em tempos de seca. Esta idéia implica em um modelo de sistema de assentamentos baseado na dinâmica das águas do Pantanal, embora não deva ser interpretado de maneira rígida; exceções devem ter ocorrido. Também é equivocado pensar que todos os aterros de uma mesma região poderiam estar sendo ocupados concomitantemente; se assim fosse, estatísticas demográficas seriam facilmente realizadas.

Embora tenham sido encontrados sepultamentos humanos em aterros, esta informação não significa, em princípio e salvo melhor avaliação, que tais elevações foram construídas para fins funerários. Isto porque na América do Sul, a exemplo da região da Lagoa Mirim, Uruguai, aterros funerários geralmente têm sido interpretados como indicadores de complexidade emergente entre os grupos responsáveis pela sua construção, temática esta ainda não investigada para a região pantaneira (ver Mazz 1994, 1998). Não se pode descartar ainda a possibilidade de os grupos portadores da Tradição Pantanal terem manejado espécies florísticas em aterros, a exemplo da palmeira acuri (Scheelea phalerata), principalmente através da transplantação de mudas de várias espécies florísticas para fins de subsistência, matéria-prima para a confecção de artefatos e outras finalidades (ver Oliveira 1996; Schmidt 1914, 1951). Neste caso, os aterros seriam verdadeiros quintais, locais onde várias experiências de semidomesticação de plantas foram realizadas, sobretudo em um espaço de tempo de mais de dois milênios de ocupação, abandono e reocupação.

O exemplo da organização social Guató, estruturada em famílias nucleares e, aparentemente, em um sistema de patrilocalidade, no qual a reciprocidade é de fundamental importância, tem sido apontado por Oliveira (1994, 1996) como uma possibilidade para a compreensão do sistema social dos grupos portadores da Tradição Pantanal. Evidentemente o Guató atual não é um exemplo etnográfico fossilizado; porém, é fato que o grupo está no Pantanal há mais de 500 anos, talvez sendo o último remanescente dos grupos portadores da Tradição Pantanal. Portanto, determinados elementos de seu modo de vida tradicional são resultado de um processo de longuíssima duração; saber quais desses elementos permaneceram e se transformaram desde o passado arqueológico é um dos desafios que pesam àqueles que estudam a pré-história das terras baixas pantaneiras. Isto posto, somente com intensificação de pesquisas arqueológicas, etnoarqueológicas e etnoistóricas esta problemática poderá ser melhor compreendida.

Cabe ainda ressaltar que muitos dos sítios da Tradição Pantanal devem estar em antigos meandros de rios como o Paraguai, os quais ainda não foram levantados e são de difícil acesso. Esta hipótese é justificada pela variação plurianual de períodos muito chuvosos ou relativamente secos que, em teoria, normalmente parecem durar cerca de duas décadas. A variação plurianual certamente afetou a dinâmica da ocupação indígena da região, sobremaneira os assentamentos localizados nas margens de pequenos rios. Este é o caso dos assentamentos Guató localizados às margens do rio Caracará, sub-região de Poconé, em Mato Grosso, os quais eram utilizados preferencialmente durante a seca, pois até antes da grande cheia de 1974 raramente permaneciam inundados. Ainda hoje em dia, populações tradicionais do Pantanal, como os mimoseanos, que também possuem ascendência indígena, vivem no ritmo das águas do Pantanal, conforme estudos realizados por Silva e Silva (1995).

Pesquisas recentes, em andamento na sub-região de Poconé e nas grandes lagoas situadas acima de Corumbá, ainda não foram concluídas (ver Tabela 4). Todavia, indicam a ocorrência de dezenas de outros sítios cerâmicos também relacionados a cursos d’água perenes. Ainda não se sabe ao certo se esses sítios foram ocupados por grupos portadores da Tradição Pantanal, embora esta seja uma possibilidade. Nessas áreas parece haver uma nítida diminuição de fragmentos corrugados, o que pode ser explicado pela existência de outras realidades socioculturais. Na porção pantaneira pertencente à República do Paraguai, Departamento de Alto Paraguay, mais precisamente na Baía Negra, Susnik (1959) encontrou um grande aterro com grande quantidade de material cerâmico e variação nos corrugados. Este dado possibilita pensar que, ao menos a região compreendida de Corumbá até a porção meridional do Pantanal, também tenha sido uma área densamente ocupada pelos portadores daquela tradição. Com efeito, a planície de inundação estaria sendo, para a maioria dos casos, a principal área de captação de recursos, embora as áreas serranas e demais morros isolados também fossem relevantes, por exemplo, para a obtenção de matéria-prima para indústria lítica (basalto, calcário, hematita, quartzo etc.).

A questão é que os dados sugerem que a cerâmica da Tradição Pantanal teria sido compartilhada por vários grupos étnicos adaptados aos ecossistemas existentes nas terras baixas. Esta tecnologia teria sido, portanto, indicador de um elemento de identidade entre vários grupos e, inclusive, de uma territorialidade; esta última questão também inclui complexas relações intra e extra-grupais, inclusive fundamentadas em redes de reciprocidade, com o intuito de, dentre outras coisas, fortalecer os mecanismos de defesa contra outros grupos, como é o caso dos agricultores das terras altas que, posteriormente, estabeleceram-se na região. Esta situação é notada, por exemplo, em vários relatos produzidos pelos conquistadores ibéricos do século 16 (ver Carvalho 1992; Susnik 1961, 1972, 1978). Dados etnográficos sobre o modo de vida de grupos conhecidos historicamente ainda possibilitam dizer que a produção de recipientes cerâmicos seria uma atividade exclusivamente feminina, embora cachimbos também fossem confeccionados por homens. No caso dos Guató, a fabricação do vasilhame dava-se preferencialmente fora das habitações (cf. Oliveira 1996).

Há ainda uma questão pouco conhecida: a origem e a área de ocorrência da cerâmica da Tradição Pantanal. Até o presente momento quase nada se sabe sobre o assunto. Neste sentido, quaisquer interpretações que não estejam fortemente baseadas em dados arqueológicos tornam-se cientificamente insustentáveis, sobretudo modelos difusionistas e representações etnográficas. Entretanto, os dados arqueológicos apresentados em vários trabalhos, dentre os quais Caggiano (1984, 1994), González (1996a, 1996b), Herberts (1998), Miranda et al. (1967), Olmedo (1966), Stern (1941, 1944), Susnik (1994, 1995, 1996, 1998), Willey (1971) e Wüst (1983a, 1990), remetem a uma questão interessante: somente a intensificação das pesquisas arqueológicas no Pantanal e em outras regiões platinas, sobretudo no Chaco, poderá lançar luz a este problema.

No tocante a aspectos sociais e ideológicos, apesar dos poucos dados existentes, é oportuno mencionar a existência de informações a respeito de sepultamentos humanos em sítios uni e multicomponenciais localizados nas terras baixas. Nos sítios MS-CP-16, MS-CP-22, MS-CP-32, MS-CP-34 e MS-MA-16 foram encontrados sepultamentos primários e secundários; os primeiros ocorrem em diferentes posições de enterramento, sendo mais comuns no período acerâmico, ao passo que os segundos parecem ser mais freqüentes no cerâmico. Esta situação é marcante no sítio MS-CP-32, situado sobre um dique fluvial à margem direita do rio Verde, distrito de Albuquerque, em Corumbá; ali foram encontrados 21 indivíduos adultos, 5 jovens e 10 crianças em 32 m2 de área escavada (Schmitz et al. 1998). Os sepultamentos sugerem a priori uma relação direta entre formas de enterramento e a dinâmica de ocupação de assentamentos sistemáticos nos períodos acerâmico e cerâmico. Os assentamentos centrais, localizados em margens de rios, aterros, diques fluviais, paleodiques e outros pontos da paisagem, parecem ter sido os locais escolhidos para enterrar os mortos. Isto pode significar que indivíduos falecidos durante o período das cheias ¾ também momento de grande mobilidade espacial, complexa dinâmica de ocupação de assentamentos periféricos e contatos intra-grupais ¾ poderiam ser enterrados primariamente em assentamentos periféricos e, posteriormente, seus ossos levados para os estabelecimentos centrais. Por outro lado, indivíduos mortos nos próprios assentamentos centrais seriam enterrados nesses mesmos locais. Talvez esta possa ser uma das explicações para a ocorrência de sepultamentos primários e secundários em um mesmo sítio, como é o caso do MS-CP-16 e do MS-CP-32. Como no período acerâmico a mobilidade espacial e a densidade demográfica parecem ter sido menores em relação ao período dos grupos portadores da Tradição Pantanal, quiçá esta seja uma explicação inicial para o fato de muitos sepultamentos primários pertencerem àquele primeiro momento. Estas são apenas hipóteses a serem melhor averiguadas em pesquisas futuras. No caso dos aterros MS-CP-16 e daquele escavado por Susnik (1959), colares feitos de contas de conchas de moluscos aquáticos e de bivalves acompanhavam os mortos. Certamente o universo ideológico das sociedades das terras baixas foi mais complexo do que as idéias aqui apresentadas. Sobre as possíveis diferenciações sociais, esta questão também requer modernos estudos no campo da Antropologia Biológica, os quais não foram iniciados até o presente momento.

Nas proximidades das cidades de Corumbá e Ladário, Girelli (1994, 1996) estudou cinco sítios com gravuras rupestres: MS-CP-01, MS-CP-02, MS-CP-03, MS-CP-04 e MS-CP-41. São lajedos horizontais onde foi produzida, através da técnica do picoteamento, grande quantidade de petroglifos ou inscrições rupestres. Passos (1975) estudou os sítios MS-CP-01, MS-CP-03 e um outro que ocorre no lado boliviano, sem contudo apresentar quaisquer contribuições para sua compreensão.

Nas sub-regiões do Paraguai e Poconé, Schmidt (1912, 1914, 1928, 1940a, 1940b, 1942a, 1942b) registrou outros sítios com petroglifos semelhantes em relação aos que ocorrem em Corumbá e Ladário. Merecem destaque as gravuras e, sobretudo, as pinturas rupestres nas cores branca e vermelha encontradas no morro do Caracará (MT-PO-03). Na encosta norte deste morro isolado há um sítio cerâmico a céu aberto que talvez corresponda a antigos grupos canoeiros portadores da Tradição Pantanal; atualmente ali vivem dois anciãos Guató, os irmãos José e Veridiano. Estranhamente, os trabalhos de Max Schmidt ¾ o pioneiro em pesquisas arqueológicas no Pantanal ¾ não foram discutidos por Girelli (1994, 1996) e sequer citados por Rogge e Schmitz (1992, 1994), Schmitz (1993, 1997, 1998, 1999) e Schmitz et al. (1997b, 1998). De um modo geral, tanto os petroglifos como as pinturas rupestres parecem estar fortemente associados a grupos canoeiros portadores da Tradição Pantanal; no morro do Caracará e na lagoa Gaíva esta questão está mais clara. Quanto aos motivos dos signos gravados, predominam os geométricos seguidos por sulcos sinuosos; em menor quantidade ocorrem figuras que lembram pegadas humanas e de animais. Arte semelhante ocorre no alto Araguaia e lá faz parte do Complexo Estilístico Simbolista Geométrico Horizontal; embora para o Pantanal esta filiação seja impertinente se levado em conta o contexto arqueológico de ambas as regiões. Pensar em Estilo Alto Paraguai, também em reconhecimento e homenagem aos primeiros estudos realizados por Max Schmidt, é mais pertinente do ponto de vista científico.

O significado desses signos é algo difícil de decifrar. Girelli (1994) sugere que os petroglifos estudados no âmbito do Projeto Corumbá representam a fisiografia da planície de inundação. Verdade é que não foram produzidos ao acaso; a demarcação de territórios é uma outra possibilidade interpretativa, bem como o uso desses locais para cerimonias e rituais, os quais talvez nunca saberemos decodificar.

FIGURA 2 – Sub-regiões do Pantanal (esquerda) e Províncias Fitogeográficas do Alto Paraguai e Áreas de Influência (direita).

Fonte: Magalhães (1992) e Adámoli (1986).

OS POVOS DAS “TERRAS ALTAS”

Às terras altas pertencem os planaltos residuais de Urucum e Amolar e as demais porções serranas e morros isolados existentes no Pantanal; estão protegidas das cheias periódicas e possuem grandes espaços favoráveis ao cultivo. Ao que tudo indica, a ocupação indígena destas áreas aconteceu mais tardiamente em comparação ao povoamento das terras baixas. Esta constatação, todavia, deve ser vista com cautela, pois as prospecções realizadas em Corumbá e Ladário privilegiaram a planície de inundação, mais precisamente os aterros. Soma-se a esta situação o completo desconhecimento da pré-história do planalto residual de Amolar.

Durante a execução do Projeto Corumbá, nenhuma escavação foi realizada em áreas de morrarias; praticamente a totalidade dos sítios levantados é composta de locais perturbados por ações antrópicas recentes e relacionadas ao uso do solo para atividades agropecuárias. Nenhum abrigo sob rocha, por exemplo, foi levantado até o presente momento, embora esta seja uma possibilidade a ser considerada em futuros projetos de pesquisa. Isto tudo também denuncia o uso de prospecções tendenciosas nas terras altas.

Para o planalto residual de Urucum, em Corumbá, os dados disponíveis comprovam que a região foi ocupada por vários grupos agricultores e ceramistas, dentre os quais merecem destaque os portadores da Tradição Tupiguarani. Documentos textuais quinhentistas e seiscentistas possibilitam afirmar, para o caso do Pantanal, que esta tradição tecnológica ceramista está diretamente associada a grupos lingüisticamente Guarani: agricultores de origem amazônica e, segundo Soares (1997), socialmente organizados em cacicados [22] . No planalto residual de Urucum, Peixoto (1995) estudou vários sítios Guarani: MS-CP-12, MS-CP-13, MS-CP-43 e outros. Diferentemente dos grupos portadores da Tradição Pantanal, os Guarani estabeleceram-se em locais protegidos das cheias anuais, preferencialmente nas encostas e em patamares baixos e altos de morrarias. Muitos sítios estão a poucos metros de nascentes de córregos perenes, em áreas onde existem solos favoráveis ao cultivo como o brunizém avermelhado. Grande parte dos assentamentos está localizada em áreas onde a altitude propicia um clima mais ameno em relação ao das terras baixas; cabe mencionar que o morro de Urucum possui uma cota altimétrica de 971 m. Destarte, a implantação dos sítios Guarani na paisagem regional, além de indicar uma forma de adaptação à realidade geográfica pantaneira, releva uma estratégia de defesa em relação, por exemplo, aos grupos das terras baixas, os portadores da Tradição Pantanal. A chegada de grupos Guarani causou uma situação de pressão e cisões entre eles e os grupos das terras baixas; esta situação agravou-se ainda mais com o início da Conquista Ibérica, ocasião em que muitos Guarani aliaram-se aos espanhóis.

A tecnologia cerâmica desses grupos assemelha-se à encontrada em várias outras regiões da América Tropical, sobretudo à que ocorre no Sul do Brasil (ver Brochado 1984; La Salvia e Brochado 1989; Noelli 1993; Soares 1997). Diversos tipos de artefatos líticos ¾ como percutores, lâminas de machado, mãos-de-pilão, raspadores e talhadores, produzidos a partir de diferentes tipos de minerais e rochas (arenito, hematita, quartzo etc.) ¾ foram encontrados em contextos arqueológicos. Segundo Peixoto (1995), há sítios multicomponenciais que atestam contatos extra-grupais entre os Guarani e grupos portadores da Tradição Pantanal: MS-CP-13, MS-CP-42 e MS-CP-44. Todavia, como estes sítios estavam perturbados, também é possível que as cerâmicas correspondam a momentos distintos e que tenham sido misturadas posteriormente. Mantendo ou não contato com os grupos das terras baixas, o fato é que os Guarani continuaram mantendo sua identidade social como, aliás, fizeram em outras regiões do Centro-Oeste brasileiro; esta situação também é percebida pela reprodução de seu modo de vida tradicional. A profundidade dos depósitos arqueológicos e o tamanho dos sítios sugerem a existência de pequenas aldeias, com uma única casa comunal, que talvez permaneceram em determinado local pelo período de uma ou duas gerações.

Está suficientemente claro que grupos Guarani se estabeleceram na região desde antes do início da Conquista, talvez a partir do século 10 da Era Cristã. Não se sabe, contudo, quando eles ali chegaram. Nos sítios estudados por Peixoto (1995) não foram encontrados elementos tecnológicos europeus ou ibero-americanos, o que não exclui a possibilidade de alguns deles corresponderem ao período colonial, momento em que ocorreram contatos diretos ou indiretos entre populações Guarani e européias. Deslocamentos territoriais, por exemplo, ocorreram desde o início da Conquista Ibérica, principalmente do litoral atlântico para o interior do continente sul-americano, causando impactos de grande magnitude sobre centenas de grupos étnicos; o mesmo ocorreu a partir da fundação de povoados espanhóis na região platina ¾ Assunção, atual capital do Paraguai, data de 1537.

Na carta ânua escrita pelo padre jesuíta Diogo Ferrer (1952), datada de 1633, há a confirmação da presença de índios Guarani, chamados de Ibitiguara ou Gente da Serra, que viviam em grandes aldeias e mantinham relações de trocas com os Chiriguano e Itatim, ambos também Guarani. Provavelmente os Ibitiguara foram um dos últimos grupos Guarani das áreas serranas do Pantanal. Relatos quinhentistas indicam a presença de índios Guarani no planalto residual de Amolar, embora a área ainda seja desconhecida em termos arqueológicos. Além disso, nas bordas do Pantanal, especialmente no vale dos rios Miranda e Aquidauana, documentos textuais dos séculos 16 e 17 também comprovam a presença de grupos Guarani. Com efeito, é provável que no Pantanal as últimas ocupações Guarani sejam de fins do século 17 ou início do 18, momento em que os bandeirantes paulistas descobriram ouro no rio Coxipó, em Cuiabá, e promoveram a extinção, cisões extra-grupais e o deslocamento de vários povos indígenas que estavam estabelecidos na região.

Isto posto, é iminente a necessidade de retomada dos estudos sobre os grupos Guarani que ocuparam as terras altas, realizando escavações arqueológicas e investigações etnológicas em documentos textuais. Com isto será possível conhecer melhor a pré-história e a história indígena da região.

Nas encostas de morrarias do planalto residual de Urucum foram encontrados outros tipos de sítios, também rasos e pequenos como os dos agricultores Guarani, cuja cerâmica é notadamente diferente da Tradição Tupiguarani e, em menor grau, da Tradição Pantanal.

Um dos casos mais marcantes é o do sítio MS-CP-25, situado na encosta da morraria de Santa Cruz, em Corumbá, próximo a um córrego perene: 13,38% dos 934 cacos analisados por Rogge e Schmitz (1994) apresentam impressão de corda, embora a forma e o tamanho do vasilhame seja parecido com o da Tradição Pantanal. Sabe-se que a cerâmica com impressão de corda é característica de grupos chaquenhos conhecidos historicamente, como os antigos Mbayá-Guaicuru estudados por Herberts (1998), a qual Willey (1971:458) chamou de Tradição Chaquenha.

Há ainda outros sítios com tecnologia cerâmica semelhante, como o MS-CP-26 e o MS-CP-47, também localizados próximos a córregos permanentes e não muito distantes da lagoa Negra, em Ladário. Neste último caso, a cerâmica também assemelha-se à dos grupos portadores da Tradição Pantanal; o que basicamente a distingue é uma altíssima quantidade de fragmentos com engobo vermelho.

Caso a cerâmica dos sítios MS-CP-25, MS-CP-26 e MS-CP-47 seja tecnologicamente filiada à Tradição Pantanal, tem-se aí um outro tipo de padrão de implantação dos sítios na paisagem e, muito provavelmente, de diferentes formas de adaptação e organização social em comparação aos grupos que ocuparam as terras baixas propriamente ditas.

Cabe mencionar ainda que dados etnoistóricos ¾ segundo visão êmica Bororo ¾ contidos em Wüst (1990) sugerem a presença de grupos Bororo nas terras altas de Corumbá e Ladário. No entanto, esta informação ainda não está comprovada por pesquisas arqueológicas.

Dentre os muitos problemas relativos ao conhecimento da pré-história das terras altas pantaneiras, um dos mais fascinantes refere-se à ocupação indígena dos barrancos altos ou terraços fluviais existentes às margens do alto curso setentrional do rio Paraguai, sub-região de Cáceres, Mato Grosso, também locais protegidos das cheias periódicas e propícios ao cultivo. Ainda que aquela região não faça parte do que geográfica e didaticamente chamamos de terras altas, merece ser tratada neste tópico. Trata-se da presença de grupos ceramistas e agricultores de grandes aldeias a céu aberto, cuja tecnologia cerâmica foi recente e adequadamente denominada por Irmhild Wüst de Tradição Descalvado (Wüst e Migliáccio 1994; Wüst 1999). Brochado (1984), Prous (1992) e Oliveira (1995) chegaram a pensar na possibilidade desta cerâmica pertencer à Tradição Aratu (ou Aratu-Sapucaí), embora esta idéia tenha sido atualmente descartada pelo último autor.

Os primeiros estudos sobre os grupos portadores da Tradição Descalvado foram realizados entre 1926 e 1928 por Schmidt (1940a); suas investigações aconteceram nas antigas fazendas Barranco Vermelho, Facão e Passagem Velha. No entanto, os estudos de Petrullo (1932), realizados alguns anos depois, em 1931, nas localidades de Barranco Vermelho e Descalvado, fornecem dados mais refinados para o conhecimento de uma pequeníssima parte da pré-história daquela região. Todavia, desde o final do século passado têm-se informações sobre a existência de alguns desses sítios (ver Oliveira 1995; Wüst e Migliácio 1994).

É importante registrar que os sítios da Tradição Descalvado vêm sendo constantemente depredados por pseudo-arqueólogos em busca de enterros, novas descobertas “científicas” ou simplesmente lembranças do Pantanal; o alvo principal tem sido as grande urnas funerárias [23] . Há ainda muito material em museus nacionais e estrangeiros: Fundação de Cultura e Turismo do Estado de Mato Grosso (Cuiabá), Instituto Luiz de Albuquerque (Corumbá), Museu Dom Bosco (Campo Grande), Museu Histórico de Cáceres, Museu Rondon (Cuiabá), Museum für Völkerkunde (Berlim), Museum de Leipzig (Alemanha), UFMS – Campus de Corumbá e talvez no Museo de La Plata (Argentina) e no Museu Nacional (Rio de Janeiro), bem como em outras instituições.

Os estudos realizados por Petrullo (1932), Schmidt (1940a) e Wüst e Migliácio (1994) possibilitam afirmar, ao menos para os sítios Barranco Vermelho (MT-PO-14) e Descalvado (MT-PO-01), que os grupos portadores da Tradição Descalvado possuíam um sistema de abastecimento que indubitavelmente incluía espécies domesticadas e semidomesticadas. Conforme explicam Wüst e Migliácio (1994), esses dois sítios devem ser mais recentes que os aterros existentes nas áreas inundáveis daquela porção do Pantanal (sub-regiões do Paraguai e Poconé). O tamanho dos sítios, com milhares de metros de extensão, e a grande quantidade de urnas funerárias também sugerem uma considerável densidade demográfica e uma interessante complexidade sócio-política.

No sítio Barranco Vermelho, Petrullo (1932) encontrou muitos sepultamentos infantis, alguns dos quais estavam acompanhados de conchas de gastrópodes aquáticos, vasilhas cerâmicas e adornos feitos de dentes de macacos. Neste mesmo local, Schmidt (1940a) encontrou uma grande urna funerária; juntamente com um esqueleto humano havia um cachimbo e uma ocarina com incisões geométricas, ambos de cerâmica. Maria Clara Migliácio encontrou três esqueletos (um masculino, um feminino e um outro de criança) em uma urna no sítio Índio Grande; isto parece indicar a prática de sepultamentos secundários. Wüst e Migliácio (1994) explicam que ainda não é possível dizer se existiam sítios cemitérios exclusivos ou locais específicos para enterramentos nos sítios habitação; também concluíram uma análise prévia de alguns esqueletos existentes na sede do IPHAN, em Cuiabá, que revelou tratar-se de uma população dolicocrânea de estatura relativamente alta. Mais: Os dentes apresentavam um forte desgaste com elevado índice de cárie sobre a coroa dentária (fenômenos geralmente não associados). Isto parece indicar um elevado consumo de carboidrato, bem como de alimentos fortemente abrasivos (Wüst e Migliácio 1994:55-56). Diversos tipos de artefatos líticos também foram encontrados: lâminas de machado polidas (com e sem garganta), lâminas de machado lascadas em calcário, quebra-cocos, pingentes, tembetás, instrumentos para cortar e raspar sobre lascas de sílex e arenito silicificado e outros.

Oliveira (1995) analisou algumas peças cerâmicas depositadas no Museu Rondon, oriundas do sítio Barranco Vermelho, cujo resultado, acrescido dos dados obtidos por Petrullo (1932), Schmidt (1940a) e Wüst e Migliácio (1994), permitem uma frágil aproximação da tecnologia cerâmica da Tradição Descalvado: vasilhame produzido pela técnica da sobreposição de roletes; existência de recipientes com formas e tamanhos variados (jarros, panelas, potes, tigelas e urnas); engobo vermelho como uma das decorações predominantes; produção de cachimbos tubulares, ocarinas e rodelas de fuso; antiplástico composto predominantemente por caco moído, minerais e concha triturada.

Recentemente, Martins e Kashimoto (1999b, 1999c) iniciaram trabalhos de levantamento e resgate de sítios arqueológicos existentes na área de impacto direto do Gasoduto Bolívia-Mato Grosso ¾ não confundir com o Gasoduto Bolívia-Brasil ¾ e encontraram sítios de grupos ceramistas que, em princípio, parecem pertencer tecnologicamente à Tradição Descalvado. Suas pesquisas abrangem os municípios matogrossenses de Cáceres, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande e Cuiabá; os dois primeiros estão situados na parte setentrional do Pantanal e os demais em áreas adjacentes. A área de pesquisa abrange quatros rios principais, a saber: Jauru, Padre Inácio, Paraguai e Cuiabá. Em três sítios de ocupações ceramistas, os autores obtiveram 24 datações por termoluminescência: 22 datas para o sítio Rio Jauru, situadas entre 810 ± 85 AP e 2.300 ± 300; uma para o sítio Rio Piraputanga, de 760 ± 80 AP; e outra para o sítio Córrego Água Doce, de 1.450 ± 150 AP (ver Tabela 3) [24] .

As datas apresentadas por Martins e Kashimoto (1999b, 1999c), ainda que mereçam ser comparadas com datações radiocarbônicas, chamam a atenção para uma possível longa permanência dos grupos portadores da Tradição Descalvado: no sítio Rio Jauru as datas recentes situam-se a poucos séculos antes do início da Conquista Ibérica e as mais antigas ao redor do início da Era Cristã. Trata-se, portanto, de grupos que parecem possuir uma antigüidade na região equivalente a dos portadores da Tradição Pantanal. Com a conclusão dessas pesquisas, será possível melhor compreender a pré-história de áreas pantaneiras até então pouco conhecidas do ponto de vista arqueológico.

Mas quem foram os grupos da Tradição Descalvado? Certamente não eram Bororo, Guaicuru, Guarani ou Guató. Documentos textuais do período colonial indicam que parte da área setentrional do Alto Paraguai também esteve ocupada pelos índios Xaray, provavelmente Arawak, exterminados pelos bandeirantes paulistas na primeira metade do século 18 [25] . Analogias à parte, em recente trabalho Schuch (1995) esclarece que os antigos Xaray eram agricultores que faziam duas colheitas por ano (milho, mandioca, batatas, amendoim e outros), tinham animais de estimação e mantinham relações extra-grupais com vários outros povos, inclusive andinos. Os dados apresentados por Schuch (1995) e Susnik (1978) levam a pensar que os Xaray possuíam uma complexa forma de organização sócio-política que lembra a dos antigos Chiquito, Paresi e Mojo-Arawak. Teria sido uma sociedade de chefatura?

Face ao exposto, é urgente a necessidade de realizar pesquisas arqueológicas e etnoistóricas exaustivas sobre a presença indígena na porção setentrional do Alto Paraguai. Muitos são os problemas, mas somente em fins dos anos 90 iniciaram-se estudos que, quando concluídos, possibilitarão interpretações cientificamente seguras.

De todo modo, tanto as terras altas quanto as terras baixas podem ser consideradas como um verdadeiro mosaico cultural, isto é, um espaço onde diversos e diferentes povos indígenas habitaram ao longo de dezenas, às vezes centenas, de gerações. Quando os conquistadores ibéricos ali chegaram, a partir de 1524, depararam-se com dezenas de povos indígenas, muitos das quais pertencentes a famílias lingüísticas distintas. Grande parte desses povos foi completamente dizimada. Os que conseguiram sobreviver, alguns atualmente fora da região pantaneira, continuam resistindo a um processo de conquista sem fim; são eles: Bororo, Chamacoco, Guató, Kadiwéu (remanescente dos antigos Mbayá-Guaicuru) e Terena (incluindo descendentes dos antigos Kinikinao e Laiana) (ver Tabela 5). Acrescentam-se ainda a esta relação representantes da etnia Camba, originários da Bolívia, que atualmente vivem na periferia da cidade de Corumbá, prova de que as atuais fronteiras político-territoriais platinas nem sempre foram as fronteiras territoriais para muitas populações indígenas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de a Arqueologia no Centro-Oeste ainda carecer de maiores dados qualitativos e quantitativos, bem como da revisão e retomada de várias temáticas, atualmente é possível explorar o cerne de questões importantes que têm direcionado muitas pesquisas no âmbito regional. Pode-se afirmar, por exemplo, que a dinâmica das sociedades pré-cabralinas que ali se estabeleceram não está limitada unicamente à questão da adaptabilidade ecológica; também é resultado de um processo longo e contínuo de integração e contatos inter e extra-grupais, os quais também tiveram uma influência decisiva em seus transcursos culturais.

Também não é mais possível conceber as sociedades pré-coloniais como grupos semi-nômades, marginais e desprovidos de qualquer forma de organização social. Este tipo de interpretação parece ser uma representação, à brasileira, de posturas etnocêntricas, supostamente fundamentadas em concepções histórico-culturais e ecológico-culturais. Há casos em que essa idéia foi concebida para áreas onde o contato com populações não-indígenas já havia promovido mudanças culturais significativas, drásticas reduções demográficas, dispersão de aldeias e perda de territórios. Isto não significa, todavia, negar a tese de que em Arqueologia as interpretações teóricas são construídas a partir de modelos etnográficos, pois os povos indígenas conhecidos historicamente, embora não sejam meros fósseis-guias do passado pré-histórico, resultam de um complexo processo histórico e cultural de longa ou longuíssima duração. O que importa agora é deixar de lado formas simplistas de analogias entre o passado arqueológico e o chamado presente etnográfico. Intensificar as investigações arqueológicas, etnoarqueológicas, etnoistóricas e etnográficas, a partir de refinados aparatos teórico-metodológicos, é uma das tarefas que pesam aos pesquisadores interessados em compreender o extraordinário e complexo universo que é o transcurso dos povos indígenas nesta parte do atual território brasileiro.

Há de se registrar ainda que o Centro-Oeste não se limita unicamente à idéia de Brasil Central; isto pode sugerir que problemas relativos à pré-história da região estejam limitados à Arqueologia do antigo Estado de Goiás e do atual Mato Grosso, isto é, que sejam restritos às atuais fronteiras do Brasil. Outras grandes áreas ecológicas, como o Pantanal, também precisam ser pensadas dentro de um contexto sul-americano maior. De todo modo, parte considerável do Centro-Oeste realmente parece ter sido uma área de confluência, região para onde grupos ceramistas de regiões distintas se teriam deslocado, conforme apontam estudos mais recentes.

Dados diversos, incluindo datações radiocarbônicas, demonstram que as várias sociedades ceramistas pré-coloniais, portadoras de distintas tradições tecnológicas, estiveram presentes em grande parte do Centro-Oeste até tempos coloniais. No caso do Pantanal, pode-se dizer o mesmo dos grupos portadores das tradições Descalvado, Pantanal e Tupiguarani. Mas, se houve ou não uma continuidade entre estes grupos e os antigos caçadores-coletores e pescadores-caçadores-coletores, é questão que ainda não está suficientemente resolvida. No caso dos grupos ceramistas, provavelmente os contatos diretos e indiretos mais recentes com povos de além-mar foram decisivos no sentido de reforçar uma série de transformações, alterando a própria dinâmica sociocultural então existente e levando muitos grupos a fissões, também representadas pela presença de sítios pequenos.

Embora os índios sejam agentes de seu próprio processo histórico e cultural, indubitavelmente a conquista e a colonização ibéricas e ibero-americanas no interior do continente sul-americano causaram, e ainda vêm causando, etnocídios, transculturações, deslocamentos territoriais, reterritorializações e assimilações de dezenas de povos indígenas no Centro-Oeste. Isto se deu por múltiplos fatores: escravidão, extrativismo vegetal, guerras de extermínio, mineração, formação de fazendas, expansão de frentes agropecuárias, políticas oficiais de colonização agrícola, processos de urbanização etc.

Isto posto, entendemos que neste momento em que parte da população brasileira, sobretudo as elites, prepara-se para as festividades do qüingentésimo aniversário da chegada do conquistador português Pedro Álvares Cabral à porção oriental da América do Sul, é preciso aprofundar as reflexões acerca da história e da atual realidade sócio-econômica, política e cultural de nosso país. Às vésperas de um novo milênio, temas como pré-história ameríndia, preservação do patrimônio cultural ¾ incluindo aqui o arqueológico ¾ e o saldo de cinco séculos de contatos entre indígenas e não-indígenas, não podem ficar à margem de importantes debates nacionais; são de fundamental importância para um (re)pensar contínuo sobre nossa identidade enquanto nação e na perspectiva de construirmos uma democracia baseada no princípio da radicalização da cidadania, enfim, de um Brasil mais feliz. Logo, a construção de um país mais feliz, com liberdade e justiça social, também passa pelo respeito aos direitos dos povos indígenas; do contrário, estaremos caminhando a passos largos rumo à barbárie.

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T


TABELA 1 – DATAÇÕES ABSOLUTAS PARA SÍTIOS DO CENTRO-OESTE À EXCEÇÃO DO PANTANAL

SÍTIO E FILIAÇÃO TECNOLÓGICA

DATA(S)

LABORATÓRO

REFERÊNCIA

GO-PA-02 (Ceramista – Tradição Una)

740±90 AP (CV)

GIF-3909/75

Simonsen et al. (1983-1984)

GO-PA-08 (Ceramista – Tradição Una)

1.230±90 AP (CV)

GIF-3910/75

Simonsen et al. (1983-1984)

GO-RS-01

(Ceramistas – Tradições Una e Tupiguarani)

410 AP (CV)

*

González (1996)

GO-RV-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

GO-RV-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

GO-RV-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

1.120±90 AP (CV)

1.090±110 AP (CV)

980±110 AP (CV)

GAK-7267

GAK-7266

GAK-7265

Andreatta (1982)

Andreatta (1985)

Andreatta (1985)

GO-RV-13 (Ceramista – Tradição Aratu)

775±60 AP (CV)

TL-USP

Andreatta (1985)

GO-JU-O4 (Ceramista – Tradição Aratu)

960±75 AP (CV)

SI-2768

Schmitz (1976-1977)

GO-JU-17 (Ceramista – Tradição Uru)

760±75 AP (CV)

SI-2773

Schmitz (1976-1977)

GO-JU-23 (Ceramista – Tradição Uru)

690±70 AP (CV)

SI-2772

Schmitz (1976-1977)

GO-JU-39 (Ceramista – Tupiguarani)

GO-JU-39 (Ceramista – Tupiguarani)

620±55 AP (CV)

510±75 AP (CV)

N-2351

N-2352

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

GO-JU-41 (Ceramista – Tradição Uru)

AD Século XX (DT)

———-

Wüst (1990)

GO-NI-02 (Ceramista – Tradição Una?)

1.060 d.C. (CV)

*

González (1996)

GO-NI-06 (Ceramista – Tradição Una)

1.060±90 AP (CV)

GAK-7267

Andreatta (1985)

GO-NI-08

10.605±125 AP (CV)

SI-8416

Andreatta (1985)

GO-NI-28 (Ceramista – Tradição Uru)

680±90 AP (CV)

SI-2766

Wüst (1983)

GO-NI-35 (Ceramista – Tradição Uru)

530±90 AP (CV)

SI-2765

Schmitz (1976-1977)

GO-NI-49 (Aceramista – Tradição Itaparica)

10.750±300 AP (CV)

SI-2769

Schmitz (1976-1977)

GO-NI-124 (Ceramista)

GO-NI-124 (Ceramista)

1.052 AP (TL)

@ 254 AP (TL)

TL/USP SM-248

TL/USP SM-253

Martins (1998)

Martins (1998)

GO-NI-125 (Ceramista)

507 AP (TL)

TL/USP SM-251

Martins (1998)

GO-NI-127 (Ceramista)

280 AP (TL)

TL/USP SM-292

Martins (1998)

GO-NI-128 (Ceramista)

354 AP (TL)

TL/USP SM-230

Martins (1998)

GO-NI-132 (Ceramista)

817 AP (TL)

TL/USP SM-231

Martins (1998)

GO-NI-133 (Ceramista)

GO-NI-133 (Ceramista)

GO-NI-133 (Ceramista)

1089 AP (TL)

698 AP (TL)

867 AP (TL)

TL/USP SM-252

TL/USP SM-228

TL/USP SM-249

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

GO-NI-134 (Ceramista)

GO-NI-134 (Ceramista)

1.204 AP (TL)

990 AP (TL)

TL/USP SM-232

TL/USP SM-233

Martins (1998)

Martins (1998)

GO-NI-137 (Ceramista)

987 AP (TL)

TL/USP SM-236

Martins (1998)

GO-NI-135 (Ceramista)

834 AP (TL)

TL/USP SM-235

Martins (1998)

GO-NI-136 (Ceramista)

1.127 AP (TL)

TL/USP SM-287

Martins (1998)

GO-NI-152 (Ceramista)

483 AP (TL)

TL/USP SM-245

Martins (1998)

GO-NI-154 (Ceramista)

524 AP (TL)

TL/USP SM-229

Martins (1998)

GO-NI-155 (Ceramista)

308 AP (TL)

TL/USP SM-288

Martins (1998)

GO-NI-168 (Ceramista)

817 AP (TL)

TL/USP SM-314

Martins (1998)

GO-NI-169 (Ceramista)

1.131 AP (TL)

TL/USP SM-313

Martins (1998)

GO-NI-170 (Ceramista)

326 AP (TL)

TL/USP SM-247

Martins (1998)

GO-NI-172 (Ceramista)

1.025 AP (TL)

TL/USP SM-246

Martins (1998)

GO-NI-173 (Ceramista)

566 AP (TL)

TL/USP SM-234

Martins (1998)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

GO-NI-176 (Ceramista)

1.667 AP (TL)

1.113 AP (TL)

1.905 AP (TL)

2.121 AP (TL)

1.091 AP (TL)

1.326 AP (TL)

1.041 AP (TL)

828 AP (TL)

718 AP (TL)

597 AP (TL)

587 AP (TL)

577 AP (TL)

TL/USP SM-250

TL/USP SM-238

TL/USP SM-239

TL/USP SM-240

TL/USP SM-241

TL/USP SM-242

TL/USP SM-257

TL/USP SM-243

TL/USP SM-244

TL/USP SM-255

TL/USP SM-256

TL/USP SM-258

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

GO-NI-182 (Ceramista)

> 2.000 AP (TL)

TL/USP SM-311

Martins (1998)

GO-NI-188 (Ceramista)

617 AP (TL)

TL/USP SM-310

Martins (1998)

GO-NI-194 (Ceramista)

678 AP (TL)

TL/USP SM-293

Martins (1998)

GO-NI-195 (Ceramista)

693 AP (TL)

TL/USP SM-289

Martins (1998)

GO-NI-202 (Ceramista)

GO-NI-202 (Ceramista)

GO-NI-202 (Ceramista)

GO-NI-202 (Ceramista)

792 AP (TL)

615 AP (TL)

522 AP (TL)

441AP (TL)

TL/USP SM-261

TL/USP SM-286

TL/USP SM-259

TL/USP SM-260

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

Martins (1998)

GO-NI-206 (Ceramista)

761 AP (TL)

TL/USP SM-295

Martins (1998)

GO-NI-209 (Ceramista)

781 AP (TL)

TL/USP SM-294

Martins (1998)

GO-NI-211 (Ceramista)

360 AP (TL)

TL/USP SM-309

Martins (1998)

GO-NI-217 (Ceramista)

692 AP (TL)

TL/USP SM-290

Martins (1998)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-01 (Aceramistas – Tradições Itaparica e Serranópolis)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis?)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-01 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-01 (Ceramista – Tradição Una)

GO-JA-01 (Ceramista – Tradição Una)

GO-JA-01 (Ceramista – Tradição Una)

10.580±115 AP (CV)

10.400±130 AP (CV)

9.510±60 AP (CV)

9.060±65 AP (CV)

9.020±70 AP (CV)

8.915±115 AP (CV)

8.740±90 AP (CV)

8.805±100 AP (CV)

7.420±80 AP (CV)

7.395±80 AP (CV)

7.250±95 AP (CV)

6.690±90 AP (CV)

1.000±75 AP (CV)

925±60 AP (CV)

915±75 AP (CV)

SI-3699

N-2348

SI-3700

SI-3698

SI-3697

SI-3695

N-2347

SI-3696

SI-3694

SI-3692

SI-3693

SI-3691

N-2349

SI-3690

N-2346

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

GO-JA-02 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-02 (Aceramista – Tradição Itaparica)

10.120±80 AP (CV)

9.195±75 AP (CV)

SI-3108

SI-3107

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

GO-JA-03 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-03 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

9.765±75 AP (CV)

5.720±50 AP (CV)

SI-3110

SI-3109

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

GO-JA-11 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-11 (Ceramista – Tradição Una)

1.350±75 AP (CV)

1.000±75 AP (CV)

N-2350

N-3111

Schmitz (1976-1977)

Schmitz et al. (1989)

GO-JA-14 (Aceramista – Tradição Itaparica)

10.740±85 AP (CV)

SI-3111

Schmitz et al. (1989)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-JA-23 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

4.505±55 AP (CV)

3.000±50 AP (CV)

2.900±50 AP (CV)

2.740±60 AP (CV)

2.475±70 AP (CV)

2.345±55 AP (CV)

2.140±55 AP (CV)

SI-5561

SI-5560

SI-5559

SI-5557

SI-5556

SI-5558

SI-5555

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

GO-JA-26 (Aceramista – Tradição Itaparica)

GO-JA-26 (Aceramista – Tradição Itaparica)

8.880±90 AP (CV)

8.370±85 AP (CV)

SI-5563

SI-5562

Schmitz et al. (1989)

Schmitz et al. (1989)

GO-CP-02 (Aceramista – Tradição Serranópolis)

GO-CP-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

GO-CP-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

4.560±150 AP (CV)

1.140±90 AP (CV)

1.070±105 AP (CV)

SI-473

SI-2770

SI-2771

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

GO-CP-05 (Aceramista)

GO-CP-05 (Ceramista)

4.100±65 AP (CV)

2.920±75 AP (CV)

SI-6741

SI-6740

Schmitz (1976-1977)

Schmitz (1976-1977)

GO-CP-06 (Ceramista)

1.020±40 AP (CV)

SI-6742

Schmitz et al. (1986)

GO-CP-16 (Aceramista)

4.455±115 AP (CV)

SI-6743

Schmitz et al. (1986)

GO-CP-32 (Ceramista)

1.200±65 AP (CV)

SI-6744

Schmitz et al. (1986)

GO-CP-34 (Ceramista – Tradição Aratu)

1.020±65 AP (CV)

SI-6744

Schmitz et al. (1986)

GO-CA-01 (Ceramista – Tradição Aratu)

895±90 AP (CV)

SI-2195

Schmitz et al. (1976-1977)

GO-CA-02 (Ceramista – Tradição Aratu)

1.779±170 AP(TL)?

TL-USP

Andreatta (1985)

GO-CA-11 (Ceramista – Tradição Aratu)

480±50 AP (CV?)

BETA-92530

Mello et al. (1996)

GO-CA-14 (Ceramista – Tradição Aratu)

GO-CA-14 (Ceramista – Tradições Aratu e Tupiguarani)

GO-CA-14 (Ceramista – Tradições Aratu e Tupiguarani)

1.220±50 AP (CV?)

590±50 AP (CV?)

600±70 AP (CV?)

BETA-99031

BETA-99032

BETA-99033

Silva et a1ii (1997)

Silva et a1ii (1997)

Silva et a1ii (1997)

GO-CA-21 (Ceramista – Tradição Aratu)

1.650±50 AP (CV?)

BETA-92528

Mello et al. (1996)

G0-CA-25 (Ceramista – Tradição Aratu)

2.280±60 AP (CV?)

BETA-92529

Mello et al. (1996)

Abrigo Vermelho (Ceramista?)

1.250±90 AP (CV?)

GIF-8662*

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Ferraz Egreja (Aceramista)

Ferraz Egreja (Aceramista)

Ferraz Egreja (Aceramista)

Ferraz Egreja (Aceramista)

Ferraz Egreja (Ceramista?)

Ferraz Egreja (Ceramista?)

Ferraz Egreja (Ceramista?)

4.610±60 AP (CV?)

3.620±60 AP (CV?)

2.200±80 AP (CV?)

2.110±120 AP (CV?)

1.700±50 AP (CV?)

1.570±50 AP (CV?)

1.340±50 AP (CV?)

GIF-6249

GIF-6248

GIF-7087

GIF-6712

GIF-7087

GIF-7878

GIF-9046

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Caverna Perdida (Ceramista)

180±90 AP (CV?)

GIF-6713

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Aceramista)

Santa Elina (Ceramista)

10.120±60 AP (CV?)

9.460±90 AP (CV?)

7.940±70 AP (CV?)

7.010±70 AP (CV?)

6.750±230 AP (CV?)

6.410±60 AP (CV?)

6.040±70 AP (CV?)

5.690±70 AP (CV?)

5.110±230 AP (CV?)

3.970±60 AP (CV?)

2.990±60 AP (CV?)

2.600±60 AP (CV?)

2.350±60 AP (CV?)

275±40 AP (CV?)

GIF-8954

GIF-9367

GIF-9039

GIF-9369

GIF-9040

GIF-9041

GIF-7084

GIF-7085

GIF-7983

GIF-7379

GIF-7086

GIF-7758

GIF-7380

GIF-8890

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Caverna vermelha (Ceramista?)

1.250±80 AP (CV?)

GIF-8662

Vilhena-Vialou e Vialou (1994)

Abrigo do Sol (Aceramista)

Abrigo do Sol (Aceramista)

Abrigo do Sol (Aceramista)

Abrigo do Sol (Aceramista)

19.400±1.100 AP (CV)**

14.470±140 AP (CV)**

10.405±100 AP (CV)

9.370±70 AP (CV)

*

*

SI-3476

SI-3479

Miller (1983, 1987)

Miller (1983, 1987)

Miller (1983, 1987)

Miller (1983, 1987)

MT-SL-03 (Ceramistas – Tradições Uru e Tupiguarani)

1.090±60 AP (CV)

N-5113

Wüst (1990)

MT-SL-04b (Ceramistas – Tradições Bororo, Tupiguarani e Uru)

700±70 AP (CV)

BETA-27426

Wüst (1990)

MT-SL-11 (Aceramistas?)

MT-SL-11 (Ceramistas – Tradições Bororo e Uru)

2.110±65 AP (CV)

230±70 AP (CV)

BETA-27427

BETA-27427

Wüst (1990)

Wüst (1990)

MT-SL-24 (Ceramista – Tradição Uru)

1.360 d.C. (CV)

*

González (1996)

MT-SL-29(Ceramista – Tradição Uru)

1.150±65 AP (CV)

N-5114

Wüst (1990)

MT-SL-31 (Aceramista)

10.080±80 AP (CV)

BETA-78053

Wüst (1990)

MT-SL-31 (Ceramista – Tradição Una?)

1.090±75 AP (CV)

N-5115

Wüst (1990)

MT-SL-37 (Aceramista?)

2.570±70 AP (CV)

BETA-27428

Wüst (1990)

MT-SL-38 (Aceramista?)

2.560±80 AP (CV)

N-5112

Wüst (1990)

MT-RN-36 (Ceramista – Tradição Bororo)

Séculos 19 e 20 (DT)

———--

Wüst (1990)

MT-RN-39 (Ceramista – Tradição Uru)

1.150 AP (CV)

N-

Wüst (1990)

MT-SL-43 (Ceramista – Tradição Uru)

950±60 AP (CV)

BETA-27429

Wüst (1990)

MT-SL-44 (Ceramista)

MT-SL-44 (Ceramista)

1.100±60 AP (CV)

940±50 AP (CV)

BETA-27430

BETA-27431

Wüst (1990)

Wüst (1990)

MT-SL-45 (Ceramista)

595±50 AP (CV)

NBL-14888

Wüst (1990)

MT-SL-51 (Ceramista – Tradição Uru)

590±60 AP (CV)

BETA-27432

Wüst (1990)

MT-SL-61 (Ceramista – Tradição Uru)

780±70 AP (CV)

BETA-31030

Wüst (1990)

MT-SL-62 (Ceramista – Tradição Uru)

450±70 AP (CV)

BETA-31031

Wüst (1990)

MT-SL-62a (Aceramista?)

1.700±70 AP (CV)

BETA-31032

Wüst (1990)

MT-SL-62b (Aceramista?)

MT-SL-62b (Ceramista – Tradição Tupiguarani)

1.810±60 AP (CV)

680±60 AP (CV)

BETA-31034

BETA-31033

Wüst (1990)

Wüst (1990)

MT-SL-71 (Aceramista)

MT-SL-71 (Aceramista?)

MT-SL-71 (Ceramista)

5.750±80 AP (CV)

1.700±70 AP (CV)

1.130±60 AP (CV)

BETA-31037

BETA-31036

BETA-31035

Wüst (1990)

Wüst (1990)

Wüst (1990)

MT-SL-72 (Aceramista?)

2.390±60 AP (CV)

BETA-78256

Wüst e Vaz (1998)

MT-SL-74 (Aceramista)

5.750±80 AP (CV)

*

Wüst (1990)

Barranco (Ceramista?)

1.720±120 AP (CV)

NLB-14887

Wüst (1990)

MT-GA-06 (Aceramista?)

MT-GA-06 (Aceramista?)

3.470±75 AP (CV)

2.970±70 AP (CV)

N-5117

BETA-27424

Wüst (1990)

Wüst (1990)

MT-GU-08 (Aceramista?)

1.945 AP (CV)

*

Wüst (1990)

MT-AX-01 (Ceramista)

830±90 AP (CV)

SI-716

Wüst e Barreto (1999)

MT-AX-02 (Ceramista)

830±75 AP (CV)

SI-713

Wüst e Barreto (1999)

MT-AX-08 (Ceramista)

920±90 AP (CV)

GIF-3308

Wüst e Barreto (1999)

MT-FX-06 (Ceramista)

MT-FX-06 (Ceramista)

MT-FX-06 (Ceramista)

MT-FX-06 (Ceramista)

180±60 AP (CV)

360±70 AP (CV)

700±70 AP (CV)

1.000±70 AP (CV)

BETA-72260

BETA-81301

BETA-78979

BETA-72261

Wüst e Barreto (1999)

Wüst e Barreto (1999)

Wüst e Barreto (1999)

Wüst e Barreto (1999)

MT-FX-07 (Ceramista)

680±70 AP (CV)

GIF-5365

Wüst e Barreto (1999)

MT-FX-11 (Ceramista)

440±70 AP (CV)

BETA-72263

Wüst e Barreto (1999)

MT-FX-12 (Ceramista)

190±60 AP (CV)

BETA-72264

Wüst e Barreto (1999)

MS-PA-02 (Aceramista)

MS-PA-02 (Aceramista)

MS-PA-02 (Aceramista)

10.470±120 AP (CV)

10.340±110 AP (CV)

10.090±70 AP (CV)

*

BETA-22645

BETA-22634

Veroneze (1993)

Veroneze (1993)

Veroneze (1993)

MS-IV-08 (Ceramista)

425±25 AP (TL)

TL-USP

Relatório Porto Primavera

MS-PR-13  (Ceramista)

239±10 (TL)

TL-USP

Relatório Porto Primavera

MS-PR-22 (Ceramista)

370±20 AP (TL)

TL-USP

Relatório Porto Primavera

MS-PR-26 (Ceramista)

480±30 AP (TL)

TL-USP

Relatório Porto Primavera

MS-PR-35 (Ceramista)

625±40 AP (TL)

TL-USP

Relatório Porto Primavera

MS-PR-39 (Ceramista)

580±40 AP(TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-41 (Ceramista)

245±15 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-46 (Ceramista)

280±15 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-55 (Ceramista)

565±15 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-64 (Ceramista)

MS-PR-64 (Ceramista)

1.015±75 AP (TL)

1.248±100 AP (TL)

TL-USP

TL-USP

Kashimoto (1997)

Kashimoto (1997)

MS-PR-85 (Ceramista)

1.493±100 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-90 (Ceramista)

909±80 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PR-98 (Ceramista)

480±30 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PD-02 (Ceramista)

2.640±65 AP (CV)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PD-04 (Ceramista)

432±32 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PD-06 (Ceramista)

240±30 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

MS-PD-07 (Ceramista)

275±20 AP (TL)

TL-USP

Kashimoto (1997)

Mundo Novo (Ceramista)

610±80 AP (CV)

BETA-131300

Viana et al. (1999)

Maracaju-1 (Ceramista)

1.162±80 d.C. (CL)

TL-USP

Martins (1996)

Maracaju-1 (Ceramista)

610±50 AP (CV)

GIF-8330

Martins (1996)

Aquidauana-3 (Ceramista)

890±50 AP (CV)

GIF-8680

Martins (1996)

Nota: (*) informação não obtida; (**) datação questionável quanto à sua correlação com a presença humana; (CV) datação radiocarbônica convencional; (CL) datação radiocarbônica calibrada; (DT) datação segundo dados históricos textuais; (TL) datação por termoluminescência.


TABELA 2 – PROJETOS DE PESQUISA NO CENTRO-OESTE À EXCEÇÃO DO PANTANAL

PROJETO

PERÍODO

COORDENAÇÃO

LOCALIZAÇÃO

Levantamento e Cadastro dos Sítios Arqueológicos do Estado de Goiás

1971-1974

I. Simonsen

A. P. Oliveira

Goiás

Alto Tocantins

1973-1982

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

14º a 16º S e 46º30’ a 50º W (Goiás)

Cocal

1974

I. Simonsen

Sudeste de Goiás

Alto Araguaia

1974-1986

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

14º a 17º S e 50º a 53º30’ W (Goiás)

Abadia

1974-1977

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

17º30’ S e 49º30’ a 50º30’ W (Goiás)

Complementar Centro-Sul

1975*

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

17º a 19º S e 47º a 50º W (Goiás)

Paranaíba

1975-1997

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

17º a 19º30’ S e 50º a 53º30’ W (Goiás)

Anhangüera de Arqueologia de Goiás

1975-1985

M. Andreatta

L. Palestrini

Rios Verde e Niquelândia (Goiás)

Bacia do Paranã

1975-1982

A. Mendonça

Bacia do Paranã (Goiás)

Extremo Norte

**

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

5º a 8º S e 46º a 50º W (Goiás)

Padrões de Assentamento de Grupos Agricultores no Mato Grosso de Goiás

1978-1982

I. Wüst

Mato Grosso de Goiás-GO

Médio Tocantins

1979*

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

9º a 13º S e 47º30’ a 49º W (Goiás)

Serra Geral

1981-1997

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

11º a 15º S e 44º a 47º W (Goiás)

Ilha do Bananal

1984***

P. I. Schmitz

A. S. Barbosa

9º a 13º S e 49º30’ a 51º W (Goiás)

UHEs Serra da Mesa e Cana Brava

1988-1991

É. M. R. González

E. Fogaça

Barro Alto, Campiaçu, Campinorte, Cavalcante, Colinas do Sul, Minaçu, Niquelândia, São Luís do Norte e Uruaçu (Goiás)

Levantamento do Potencial Arqueológico da UHE Rio do Peixe

1989-1990

M. Barbieri

16º30’ a 17º15’ S e 53º a 52º W (Goiás)

Ferrovia Norte-Sul

1990***

A. F. de Miranda

BR-153 – Km 22 (Goiânia-GO)

Avaliação do Potencial Arqueológico nas Áreas de Adensamento Urbano/Rural do Gama

1990-1991

E. T. Miller

Brasília-DF

Levantamento e Resgate do Patrimônio Arqueológico da Área Diretamente Afetada pela UHE Corumbá (GO)

1995-1996

P. J. C. Mello

15º79’ S e 48º31’ W (Goiás)

Arqueologia Pré-histórica da UHE Serra da Mesa

1995-1998

D. C. Martins

Barro Alto, Campinaçu, Campinorte, Cavalcante, Colinas do Sul, Minaçu, Niquelândia, São Luís do Norte e Uruaçu (Goiás)

Diagnóstico da Rodovia GO-213: Trecho Caldas Novas-Córrego Fundo

1997

R. T. Silva

J. C. R. Rubin

Rodovia GO-213 (Goiás)

Resgate dos Sítios Arqueológicos Gengibre (GO-CA-13) e Voçoroca (GO-CA-27)

1997

R. T. Silva

J. C. R. Rubin

Rodovia GO-213 (Goiás)

A Grande Vila-Boa: Resgatando o Passado

1997*

J. M. de Ataídes

UTM 82445 N e 82345 S a 6070 E e 5924 W (Goiás)

Levantamento Arqueológico das Nascentes do Rio Vermelho (GO)

1998*

S. A. Viana

UTM 82445 N e 82345 S a 6070 E e 5924 W (Goiás)

Avaliação do Potencial Arqueológico nas Áreas de Adensamento Urbano/Rural de Ceilância/Taguatinga

1992-1993

E. T. Miller

Brasília-DF

Avaliação do Potencial Arqueológico do Patrimônio Cultural para o Rezoneamento Ambiental da Apa da Bacia do Rio Descoberto

1994-1995

E. T. Miller

Brasília-DF

Cerâmica da Lagoa Miarraré

1974-1975

I. Simonsen

A. P. Oliveira

Parque Nacional do Xingu (Mato Grosso)

Projeto Alto Xingu

1950-1960

M. Simões

Parque Nacional do Xingu (Mato Grosso)

Programa de Pesquisas Arqueológicas e Lingüísticas no Alto Xingu

1970-1980

P. Becquelin

Alto Xingu (Mato Grosso)

Projeto de Impacto Ambiental da UHE Manso

1981

EIA-RIMA

14º48’ S e 55º55 W (Mato Grosso)

Projeto Etnoarqueológico e Arqueológico da Bacia do Rio São Lourenço

1982-1994

I. Wüst

Rio São Lourenço (Mato Grosso)

Pré-história e Paleoambiente de Mato Grosso

1982*

A. Vialou

L. Palestrini

Sul do Estado de Mato Grosso

Avaliação do Potencial Arqueológico da UHE Salto das Nuvens

1988

P. De Blasis

Mato Grosso

Entendendo o Desenvolvimento Cultural no Alto Xingu do Brasil Central

1990*

M. Heckenberger

Alto Xingu (Mato Grosso)

Etnoarqueologia do Negro do Mato Grosso

1991

P. Zanettini

Mato Grosso

Levantamento do Patrimônio Arqueológico da Área Diretamente Afetada pela PCH Braço Norte II (MT)

1993-1998

P. J. C. Mello

10º S e 55º W (Mato Grosso)

Avaliação do Potencial Arqueológico da UHE Guaporé

1993

E. T. Miller

Mato Grosso

Zoneamento Paleoarqueológico nas Serras das Araras e Curupira

1993

S. Hirorroka

Mato Grosso

Levantamento e Resgate do Patrimônio Arqueológico da Área Diretamente Afetada pela UHE Costa Rica (MS)

1994

P. J. C. Mello

18º 34’ S e 52º08’ W (Mato Groso do Sul)

Reconhecimento Arqueológico da Área a ser Afetada pela Ferronorte

1994

S. B. Caldarelli

Mato Grosso

Levantamento e Resgate do Patrimônio Arqueológico da Área da UHE Manso

1999*

S. A. Viana

14º48’ S e 55º55’ W (Mato Grosso)

Levantamento Arqueológico Preliminar – Gasoduto San Matias-Cuiabá

1998

N. V. Oliveira

P.P. A. Funari

Mato Grosso

Programa Arqueológico do Mato Grosso do Sul – Projeto Alto Sucuriú

1985-1989

P. I. Schmitz

Nordeste de Mato Grosso do Sul

Levantamento do Potencial Arqueológico da UHE Barra do Peixe

1988

É. M. R. González

Mato Grosso do Sul

Reconhecimento Arqueológico da Área do Rio Correntes a ser Afetada por Usinas Hidrelétricas

1994

S. B. Caldarelli

Mato Grosso do Sul

Projeto Arqueológico Porto Primavera

1995-1998

G. R. Martins

E. M. Kashimoto

Mato Grosso do Sul

Projeto Arqueológico Itaipu

Anos 70 e 80

I. Chmyz

Sul de Mato Grosso do Sul

Pesquisa Arqueológica na Bacia do Rio Iguatemi

1999*

B. dos S. Landa

Bacia do Rio Iguatemi (Mato Grosso do Sul)

Nota: (*) em andamento; (**) não executado; (***) paralisado.


TABELA 3 – DATAÇÕES ABSOLUTAS PARA SÍTIOS DO PANTANAL E ÁREAS ADJACENTES

SÍTIO E FILIAÇÃO TECNOLÓGICA

NÍVEL

DATA(S) E LABORATÓRIO

REFERÊNCIA

MS-CP-22 (Aceramista – Fase Corumbá)

120-130 cm

8.180±80 AP (Beta-91898) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-22 (Aceramista – Fase Corumbá)

70-80 cm

8.160±60 AP (Beta-91897) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-22(Aceramista – Fase Corumbá)

100-110 cm

8.270±80 AP (Beta-110551) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-22(Aceramista – Fase Corumbá)

60-70 cm

8.390±80 AP (Beta-110550) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-22 (Aceramista – Fase Corumbá)

40-50 cm

8.210±80 AP (Beta-110549) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-22 (Aceramista – Fase Corumbá)

20-30 cm

8.220±60 AP (Beta-110549) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-32 (Aceramista – Fase Corumbá)

40-50 cm

4.460±80 AP (Beta-83571) (CV)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16 (Aceramista – Fase Corumbá)

130-140 cm

4.140±60 AP (Beta-72199) (A/C13)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16 (Aceramista – Fase Corumbá)

60-70 cm

3.940±60 AP (Beta-72220) (A/C13)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16 (Aceramista – Fase Corumbá)

30-40 cm

3.920±60 AP (Beta-72201) (A/C13)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16a (Aceramista – Fase Corumbá)

60-70 cm

3.060±80 AP (Beta-83570) (CV)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16a (Aceramista – Fase Corumbá)

30-40 cm

2.750±50 AP (Beta-83569) (CV)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-16a (Ceramista – Tradição Pantanal)

20-30 cm

1.710±70 AP (Beta-83568) (CV)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-20 (Ceramista – Tradição Pantanal)

175-190 cm

2.160±50 AP (Beta-91896) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-20 (Ceramista – Tradição Pantanal)

125-140 cm

1.850±60 AP (Beta-91895) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-20 (Ceramista – Tradição Pantanal)

105-120 cm

1820±60 AP (Beta-91894) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MS-CP-20 (Ceramista – Tradição Pantanal)

50-65 cm

1.700±50 AP (Beta-91893) (CL)

Schmitz et al. (1998)

MT-PO-03 (Ceramista – Tradição Pantanal?)

60-80 cm

820±60 AP (Beta-118269) (CV)

J. E. de Oliveira

(comunicação pessoal, 1999)

MT-PO-03 (Guató)

Superficial

AD 1999 (Guató) (OE)

J. E. de Oliveira

(comunicação pessoal, 1999)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

Superficial

930±100 (Fatec/Unesp-206)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

0-10 cm

830±90 AP (Fatec/Unesp-226) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

0-10 cm

990±100 AP (Fatec/Unesp-221) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

10-20 cm

820±90 AP (Fatec/Unesp-213) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

10-20 cm

890±90 AP (Fatec/Unesp-214) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

10-20 cm

940±100 AP (Fatec/Unesp-210) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

10-20 cm

945±110 AP (Fatec/Unesp-216) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

810±85 AP (Fatec/Unesp-227) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

950±100 AP (Fatec/Unesp-208) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

995±100 AP (Fatec/Unesp-220) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

1.030±100 AP (Fatec/Unesp-225) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

1.140±110 AP (Fatec/Unesp-212) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

20-30 cm

1.350±140 AP (Fatec/Unesp-223) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

30-40 cm

1.000±110 AP (Fatec/Unesp-207) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

30-40 cm

1.035±100 AP (Fatec/Unesp-215) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

30-40 cm

1.500±150 (Fatec/Unep-218) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

30-40 cm

1.520±160 (Fatec/Unesp-222) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40-50 cm

1.300±125 AP (Fatec/Unesp-211) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40-50 cm

1.340±140 AP (Fatec/Unesp-224) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40-50 cm

1.350±130 AP (Fatec/Unesp-219) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40-50 cm

1.400±150 AP (Fatec/Unesp-217) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Jauru/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

70-80 cm

2.300±300 AP (Fatec/Unesp-209) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Rio Piraputanga/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40 cm

760±80 AP (Fatec/Unesp-229) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Córrego Água Doce/MT (Ceramista – Tradição Descalvado?)

40 cm

1.450±150 AP (Fatec/Unesp-234) (TL)

Martins e Kashimoto (1999c)

Nota: (CV) datação radiocarbônica convencional; (A/C13) datação radiocarbônica ajustada por C13; (OE) observação etnográfica feita por J. E. de Oliveira; (TL) datação por termoluminescência.

Obs.: Todas as datas radiocarbônicas (C14) foram obtidas a partir de conchas de moluscos aquáticos coletadas em contextos arqueológicos. O sítio MT-PO-03 atualmente é o local de moradia de dois anciãos Guató, os irmãos José e Veridiano; a filiação da cerâmica deste sítio à Tradição Pantanal ainda é muito hipotética.


TABELA 4 – PROJETOS DE PESQUISA ARQUEOLÓGICA NO PANTANAL E ÁREAS ADJACENTES

PROJETO

PERÍODO

COORDENAÇÃO

LOCALIZAÇÃO

Projeto Corumbá

1990-1997

P. I. Schmitz

Corumbá e Ladário (MS)

Diagnóstico de Avaliação do Impacto do Gasoduto Bolívia-Brasil ao Patrimônio Arqueológico de Mato Grosso do Sul: Trecho Corumbá-Terenos (km 0-350)

1993

J. E. de Oliveira

J. L. dos S. Peixoto

Km 0-350 do Gasbol em MS

(Trecho Corumbá-Terenos)

Programa para Preservação do Patrimônio Arqueológico Pantaneiro

1994

I. Wüst

M. C. Migliácio

Alto Paraguai

(Cáceres-MT)

Prospecção Arqueológica na Área a ser Diretamente Impactada pelo Gasoduto Bolívia-Brasil em Mato Grosso do Sul (km 0-350)

1997

J. E. de Oliveira

J. L. dos S. Peixoto

Km 0-350 do Gasbol em MS

(Trecho Corumbá-Terenos)

O Sítio Arqueológico Existente no km 29 do Gasoduto Bolívia-Brasil em Corumbá, MS

1998

J. E. de Oliveira

UTM 0435084 E e 7866431 N

(Corumbá-MS)

Vitória Régia

1996*

J. L. dos S. Peixoto

Corumbá-MS

Arqueologia e Etnoarqueologia Guató

1996*

J. E. de Oliveira

Sul da Sub-região de Poconé

(Poconé-MT)

Ocupação Pré-colonial do Pantanal Matogrossense – Cáceres-Taiamã

1997*

I. Wüst (até 03/1999)

M. C. Migliácio (a partir de 03/1999)

Cáceres-MT

Levantamento Arqueológico na Área Impactada pelo Gasoduto Bolívia-Mato Grosso (Trecho Brasileiro)

1999

G. R. Martins

E. M. Kashimoto

Mato Grosso

Salvamento Arqueológico na Área Impactada pelo Gasoduto Bolívia-Mato Grosso (Trecho Brasileiro)

1999*

G. R. Martins

E. M. Kashimoto

Mato Grosso

Nota: (*) em andamento.


TABELA 5 – ALGUNS POVOS INDÍGENAS IDENTIFICADOS NO PANTANAL A PARTIR DO SÉCULO 16

FILIAÇÃO LINGÜÍSTICA

GRUPOS ÉTNICOS

PROVÁVEL ÁREA DE OCUPAÇÃO

Família Lingüística

Arawak

Echoaladi, Kinikinao, Laiana (Chané e Guaná), Orejone*, Terena e Xaray*

Parte do rio Apa e áreas próximas até talvez as sub-regiões de Cáceres, Poconé e Paraguai.

Família Lingüística

Guaicuru

Guaxarapo*, Mbayá-Guaycuru e Payaguá

Dos limites do Pantanal com o Chaco até talvez porções das sub-regiões de Abobral, Paiaguás, Miranda, Nabileque, Nhecolândia e Paraguai.

Família Lingüística

Tupi-Guarani

Ibitiguara, Itatim e Guarambarense*

Rios Ypané, Apa, Miranda e talvez os planaltos residuais de Urucum e Amolar.

Família Lingüística

Bororo e Kaingang*

O primeiro especialmente nas sub-regiões de Barão de Melgaço, Cáceres, Paraguai e Poconé. O segundo das terras ao norte do rio Apa até a zona dos Caiapó (?).

Família Lingüística

Zamuco

Chamacoco e Yshyr (Xorshio/Caitporade)

Áreas próximas à Baía Negra, na República do Paraguai.

Tronco Lingüístico

Macro-Jê

Guató

Grande parte do Alto Paraguai, antigo rio São Lourenço, rio Caracará, Ilha Ínsua e lagoas Gaíva e Uberaba.

Família Lingüística

Camba

Camba

Originários da Bolívia, muitos representantes vivem atualmente na periferia da cidade de Corumbá.

Nota: (*) informação pouco confiável.

Fonte: Susnik (1961, 1978); Oliveira (1997a).




[1] Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Dourados (Brasil).

[2] Universidade Católica de Goiás – Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia (Brasil).

[3] Os termos pré-história, pré-colonial e pré-cabralino são aqui empregados para referir-se às populações ameríndias anteriores ao contato com os conquistadores europeus.

[4] Os conceitos tradição (grupo de elementos ou técnicas com persistência temporal) e fase (qualquer complexo tecnológico relacionado no tempo e espaço)são aqui utilizados no sentido restrito à tecnologia, seja cerâmica, seja lítica (ver Souza 1997).

[5] AP significa anos Antes do Presente, onde o presente é considerado o ano de 1950.

[6] Maiores detalhes sobre esta questão, ver Prous (1992), Anais da Conferência Internacional sobre o Povoamento das Américas (1996), Lahr e Neves (1997) e Tenório (1999).

[7] Este período corresponde, em parte, ao do Optimum Climaticum ou Altithermal, isto é, a uma fase planetária de aumento de calor em que houve a dissolução de geleiras polares e de cordilheiras (Ab’Saber 1994).

[8] Estudos de ecologia humana indicam que a densidade populacional entre grupos caçadores-coletores é aproximadamente de 35 a 75 indivíduos. Esta idéia leva em conta que o número de indivíduos deve ser abaixo do nível de exaustão dos recursos naturais existentes em um determinado nicho.

[9] A Tradição Aratu corresponde às antigas tradições Aratu e Sapucaí; alguns arqueólogos a citam como Tradição Aratu-Sapucaí.

[10] Tupiguarani (sem hífen) refere-se a uma tradição tecnológica ceramista. O termo Tupi-Guarani (com hífen), por sua vez, é empregado para denominar uma família lingüística.

[11] A datação mais antiga desta tradição é de 410 a.C., no médio Tocantins. Há também uma datação de 2.920 AP, referentes a grupos ceramistas não-pertencentes tecnologicamente à Una, na região de Caiapônia, que, segundo Schmitz et al. (1986), não é confiável por haver a possibilidade de mistura de carvão das camadas mais antigas do sítio.

[12] Há controvérsias sobre a presença de grupos portadores da Tradição Aratu no norte de Mato Grosso (ver Pardi 1995). Uma data obtida por termoluminescência de 1.779 ± 170 AP, para um sítio no sudeste de Goiás, e uma outra de 2.280 ± 60 AP, para a região goiana de Corumbá, sugerem uma antigüidade maior do que a convencionalmente aceita, porém não sendo totalmente confiáveis (ver Andreatta 1985; Mello et al. 1996). Há ainda a hipótese, não-comprovada através de dados arqueológicos, de que grupos portadores da Tradição Aratu tenham dado origem aos Kayapó do Sul (cf. Schmitz 1982; Ataídes 1998).

[13] Até o presente momento, as evidências botânicas mais antigas de milhos e cucurbitáceas foram encontradas na Lapa do Gentio II, Minas Gerais; para este sítio há datas em torno de 1.540 a.C. (Dias 1981).

[14] A forma da aldeia também pode ser observada através de manchas pretas, formadas por acúmulo de material orgânico oriundo das unidades residenciais.

[15] A forma dupla poderia ser um elemento guia na identificação da Tradição Aratu; está representada na Fase Mossâmedes. No entanto, em casos isolados, esta forma ocorre na Tradição Uru e no sítio GO-CA-03 (Schmitz et al. 1982).

[16] Não há dados dessa natureza para a região do Alto Paraná.

[17] Corixos são canais com calha definida, normalmente perenes, que conectam baías (lagoas temporárias ou permanentes). Vazantes são canais sem calha definida, temporários ou permanentes, que servem de escoadouros d’água.

[18] Capão-de-mato (do Guarani ka’a pu’ã = mato redondo) é uma elevação do terreno, geralmente areno-argilosa, com 1 a 3 m de altura em relação ao relevo adjacente, dimensão variada, formato elíptico e subcircular ou circular, que se destaca no campo como uma espécie de ilha de vegetação arbórea, cuja composição florística pode variar de uma região para outra. Cordilheira é semelhante ao capão-de-mato, embora normalmente com formato alongado e, às vezes, posicionada de maneira a separar lagoas intermitentes que ocorrem no Pantanal.

[19] No Pantanal certamente existem sítios exclusivamente de exploração de matéria-prima para a indústria lítica, os quais, até onde sabemos, ainda não foram levantados. O arqueólogo José Luis dos Santos Peixoto disse a um de nós (J. E. de Oliveira), em 1997, que encontrou um sítio semelhante ao MS-CP-22 no Parque Marina Gattass, em Corumbá, próximo à fronteira Brasil-Bolívia, também localizado sobre a escarpa calcária Corumbá-Ladário e próximo ao Canal do Tamengo.

[20] Datas válidas para os sítios multicomponenciais MS-CP-16 e MS-CP-32, onde há ocupações acerâmicas sobrepostas por cerâmicas da Tradição Pantanal.

[21] Durante os trabalhos de campo do Projeto Corumbá, o levantamento arqueológico privilegiou, no caso das terras baixas, a localização de aterros através de aerofotogrametria e, em certas áreas, sensoriamento remoto. Nessas áreas, algumas variáveis ambientais são importantes para um levantamento arqueológico estruturado em modelos preditivos; são elas: capões-de-mato, cordilheiras, diques fluviais, diques lacustres, diques marginais, margens de ilhas lacustres e fluviais, margens fluviais, margens lacustres, encostas de morros isolados, paleodiques, planícies flúvio-lacustres, sopés de escarpas, terraços fluviais e demais áreas inundáveis próximas a serranias.

[22] A tese dos cacicados, defendida por Soares (1997), está baseada em uma gama considerável de dados etnográficos, mas não está suficientemente esclarecida para o passado pré-histórico dos Guarani.

[23] Enterros são representações do imaginário coletivo popular sobre possíveis tesouros da época da Guerra do Paraguai (1864-1870). Sobre alguns problemas referentes à preservação do patrimônio arqueológico pantaneiro, ver Oliveira (1997d).

[24] Datações por termoluminescência possuem a vantagem de também poderem datar material cerâmico, embora sejam menos precisas que as datações radiocarbônicas (Renfrew e Bahn 1998).

[25] Em documentos produzidos por conquistadores espanhóis do século 16, os Xaray são grafados como Xarayes ou Jarayes, provavelmente um apelativo Guarani: “bárbaros do rio” (chara = despenteado, rude, “lanudo” [de lã] e y = água, rio)?

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